terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Casa de avó

Eu trabalho na Mooca, bairro tradicional de SP e durante o percurso entre minha casa e o serviço, fico observando as casinhas antigas que ainda resistem ao moderno. Contemplo suas varandas e seus jardins e fico imaginando as histórias, as pessoas que passaram por ali. Sim, eu sou meio nostálgica. Ainda acredito que as pessoas antigamente eram mais felizes. Cada vez que olho uma casa antiga, lembro da casa das minhas avós. A casa da Obaasan continua exatamente a mesma. Nem a cor mudou. Já a casa da vó Pedra foi demolida e no lugar construiram dois imóveis. Lembro-me da entrada da casa dela, com um canteiro que tinha um pé de limão, pitanga, cereja... geralmente no fim da tarde a família se reunia perto das árvores, onde aquela hora havia uma sombra agradável. Tomávamos café com leite e comíamos cuz cuz ou pão com manteiga (aviação - adorooo) e ás vezes erámos presenteados com um bolo de fubá quentinho! jogávamos "conversa fora' e nos divertíamos bastante. Me lembro de cada detalhe daquela casa e eu tinha a impressão da presença do meu avô (falecido) naquelas paredes - eu acredito que as paredes e objetos guardam a "memória" e a energia de seus ocupantes ou donos. Hoje o que encontro é uma casa sem identidade, com suas paredes brancas e pisos brancos, que dão ao lugar um ar "gelado", sem emoção. Já não sinto mais o meu avô. A família não costuma mais se reunir tão frequentemente.
Nós mudamos, crescemos... nada sobrou. Só a vaga lembrança de dias felizes...

2 comentários:

Mrs. Sea disse...

A casa dos meus avós paternos onde vivi até aos meus 15 anos continua lá e sempre que passo sinto saudade do tempo em que vivia com eles naquela casa... o meu avô morreu e foi-se a magia... ficou uma casa triste e abandonada, entregue somente ao frio e à humidade daquele sítio... :( É triste, mas a vida muda e com ela as pessoas também... Umas ainda estão cá, outras já se foram, mas sinto-as bem dentro do meu coração!
Bjins

Anônimo disse...

ás vezes fico depressiva com essas mudanças em nossas vidas, mas, temos que aceitá-las, né? :)
bjus

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