Estava eu, na sexta-feira, voltando para casa após um dia cansativo no trabalho. Entrei no costumeiro vagão do metrô e me deparei com uma familia bem humilde, com a mulher grávida, seus quatro filhos e seu marido. Duas estações depois, entrou um grupo de senhoras "crentes". Uma delas lançou um olhar penalizado para a família e começou a dizer palavras de incentivo, dizendo para que eles nunca abandonassem Deus, que tivessem fé e que as suas vidas iriam melhorar. Até ai tudo bem. Achei um ato bonito, apesar de achar tb invasivo.
A familia desceu e as senhoras sentaram-se na minha frente. No banco de trás, uma outra senhora falava sobre as falhas da bíblia, assunto que foi levantado após o discurso dirigido à familia. Começou a falar sobre o apóstolo Paulo. E a mesma senhora que minutos atrás falava de Deus e de fé, surtou.
Começou a berrar; "Não fale de Paulo! Ele é meu amigo! conheço a história dele". Na hora algumas pessoas começaram a rir. A outra Sra., que chamarei de Sra#02, estava calma tentando explicar seu ponto de vista. Mas a Sra.#01 não quis saber. Quis impor sua opinião na base do grito. Por um momento achei que as duas iriam se agredir fisicamente, pois a Sra#02 estava começando a alterar o tom da voz.
Desci antes de toda a confusão acabar, com uma sensação estranha. Fiquei pensativa.
Afinal de contas, a intolerância não foi a causa de todas as guerras?
E daí se acredito em vida após a morte? Não é por isso que vou impor minha opinião, achar que as outras crenças estão erradas, e tentar convencer todo mundo a aceitar o que acredito ser verdade!
Me perguntei qual seria a definição de cristão para aquela Sra...
Para mim o cristão é alguém que acima de tudo, pratica a caridade, respeita e ama o próximo. Pratica a tolerância e a humildade. E infelizmente, não é isso que eu percebo na grande maioria dos religiosos.
Nem mesmo o mais santo dos cristãos é capaz de seguir à risca o que está escrito na Bíblia, principalmente o quinto livro, Deuteronômio – do contrário, homens não fariam a barba, todos que comem carne de porco iriam para o inferno e as mulheres não teriam a importância e a liberdade que possuem hoje.
O respeito, a tolerância e o amor ao próximo, contudo – que são realmente o que interessa nesse livro sagrado –, são coisas dificeis de se seguir. É preciso muita reforma íntima. E parece que são poucos os dispostos a cultivar esses hábitos...
5 comentários:
Nique, nada a declarar, como tem pessoas q se submetem ao rídiculo por fanatismo né? Adorei seu ponto de vista, penso a mesma maneria, e menina, parbéns, seus texto e sua narrativa melhoram a cada dia, to fiando com inveja.... zuera, sou muito orgulhoso por ter vc como parte da família!!!
super kissus
te adoro um montão
detesto pessoal que não tem tolerancia e querem impor as suas crenças à força toda!
Paulinho,
é verdade. Infelizmento o fanatismo está muito presente, principalmente no campo religioso. É bem típico de pessoas que tem Deus na lingua, mas não no coração... obrigada pelo elogio ao texto! Tb tenho orgulho em ter vc como parte da familia! e a propósito: tá ficando velhinho, hein? dia 16 tá chegando! lol
bjuss
Sad Tear,
tb não curto muito essas pessoas... :) Mas, no fundo acabo gostando, pois são um ótimo exercício para nossa paciencia e tolerância... lol
bjuss
No dia a dia conseguimos ver faltas de respeito e intolerância mesmo ao nosso lado, por isso, muitas vezes temos de fazer um esforço para sermos nós os primeiros a ser tolerantes e ter respeito e amor pelo próximo! Não é fácil, mas é um esforço que devemos fazer sempre que possível!
Bjins...
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